A desflorestação na Amazónia é feita através de incêndios

Governo brasileiro com medidas de protecção

Desflorestação da Amazónia vai aumentar durante 2008

03.06.2008 - 13h27 PÚBLICO

A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros quadrados de mata.“Os piores meses de desflorestação, são historicamente Junho, Julho e Agosto. O pior está para vir”, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente do Brasil. Segundo o ministro, será muito difícil a desflorestação ficar abaixo do valor de 2007. Os valores foram registados pelo sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) que utiliza imagens de satélite. Sabe-se que os registos ficam aquém dos reais, porque não há informação das áreas tapadas pelas nuvens que só no mês de Março cobriram 78 por cento do território. O aumento da desflorestação está associado ao aumento da venda de gado e de soja. Segundo o jornal online "A Folha", o ministro já anunciou medidas para controlar a queima da floresta.A partir de 15 de Junho, a operação “Boi Pirata” vai entrar em acção e monitorizar a cadeia produtiva do gado. As companhias siderúrgicas, madeireiras e agropecuárias vão ser notificadas e obrigadas a informar ao Governo quais são os fornecedores de carne. O Governo anunciou que vai apreender a carne de todos os fornecedores que tenham irregularidades."Onde for comprovada a desflorestação ilegal será feito o auto de infracção. Os números do Deter são alertas para a fiscalização, e nós vamos continuar a fiscalizar", afirmou Luis Henrique Daldegan, secretário de Estado do Meio Ambiente.No segundo semestre deste ano, o Governo brasileiro vai pôr 500 homens com treino na área ambiental para fiscalizar a região. O ministro do ambiente espera também que o Conselho Monetário Nacional restrinja a concessão do financiamento agrícola para quem não cumpra os critérios ambientais.Um problema com décadas.
Na semana passada Carlos Minc esteve na Conferência de Bona, na Alemanha, onde assegurou que iriam ser criadas três novas áreas protegidas na Amazónia. Em associação com a ARPA (Programa de Áreas Protegidas da Amazónia), o Governo quer que até 2013 haja 600 mil quilómetros quadrados de unidades de conservação de uso sustentável ou de protecção integral, mais 1000 mil do que estava previsto. Com esta medida o Governo duplica as novas áreas de conservação neste período de quatro anos. O ministro Carlos Minc assumiu a pasta do ambiente no mês passado depois da anterior ministra, Marina Silva se ter demitido por não conseguir cumprir a agenda. Segundo a Reuters os grupos ambientalistas defendem que o novo ministro vai ser mais benevolente com a indústria e agricultura.

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