Nas Aguncheiras - Casais de Azoia, vamos partilhar um espectáculo construído sobre muitas memórias.Tudo se cruza na criação do espectáculo - família. Esse que seria o nosso confortável ninho e que devidamente procurado e ancorado no amor, pode ser um enorme salto para fora da nossa zona de conforto. Pois o desconforto está também na família, quando o confronto é encarado sem fuga.
Se por um lado a família é o ninho e o conforto e a certeza do amor, também se transforma no ciúme e no desentendimento porque o passado se acumula e seremos sempre mais do que aquilo que é dito em cada momento. A família é uma imagem com som que nos chega dos filmes italianos, o som da "famiglia" à mesa, é barulhento, é aparentemente confuso, e pode ter relações que não abordam as verdades porque fugir pode parecer mais simples. Mas também as há silenciosas, duras.
E depois há a família que se cria a cada novo projecto, uma família que acaba por ser precária no tempo, como o são os artistas que insistem em fazer, por aquele curto período de tempo, de conta que será para sempre. Esta família, aqui é duplamente família e isso acrescenta intensidade a cada decisão e encontro de trabalho.
Viver e aprender.
<3
Mill
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